Estudante cria “imã líquido” que retira microplásticos da água

O irlandês Fionn Ferreira, de 18 anos, venceu a Feira Internacional de Ciências do Google ao criar um tipo de imã líquido que retira de 87% a 93% das partículas de microplásticos da água

jovem cria imã líquido para retirar microplásticos da água
Fotos: Google Science Fair

Por: Juliana Lima

Fionn Ferreira é um jovem irlandês de 18 anos, ganhador da Feira Internacional de Ciências do Google. O estudante conseguiu o título graças a uma invenção sua que visa promover um meio ambiente mais limpo e sustentável: um tipo de imã líquido que atrai e coleta microplásticos da água.

Segundo conta, ele sempre possuiu uma forte ligação com a natureza, especialmente com o mundo aquático, já que adora praticar caiaque. No entanto, o jovem ficou incomodado ao notar a grande quantidade de plástico, dos mais variados tamanhos, presentes na água e no solo de onde mora. Foi assim que teve a ideia de criar uma forma de despoluir os rios e mares da Irlanda.

“Eu estava em nossa praia e vi uma rocha com resíduos de derramamento de óleo e partículas de plástico presas a esse óleo. Eu me perguntei por que isso estava acontecendo. Descobri que as partículas de plástico são o que chamamos de apolares, e o óleo também é apolar e, então, eles se atraem”, disse ele em um vídeo para a Fundação Sopa de Plástico.

Fionn, então, decidiu aprofundar seus estudos e descobriu o ferrofluido, que é uma espécie de água magnética. Combinando-o com óleo vegetal e pó de óxido de ferro magnetizado, o estudante conseguiu criar um “imã líquido” que atrai quaisquer partículas de plástico através do magnetismo.

“Comecei como um inventor solitário. Depois da Feira de Ciências do Google, de repente pude falar com os cientistas – eles me deram crédito pelo que fiz. Minha ideia não era mais um brinquedo inventado por uma criança”, disse o jovem em entrevista à BBC News.

Ao longo de meses, a criação foi colocada em cerca de cinco mil testes, que tiveram resultados animadores: o imã consegue remover de 87% a 93% das partículas de microplásticos da água. Agora, é preciso pensar em como tornar o produto acessível.

O imã poderá ser conectado a dutos de água domésticos ou aos canos de uma estação de tratamento de esgoto, permitindo que o ferrofluido limpe continuamente a água que passa por ele. Outra forma que será testada é colocar o dispositivo em uma máquina que seria montada em barcos.

Como vencedor da Feira Internacional de Ciências do Google, Fionn recebeu uma bolsa de 50 mil dólares (R$ 275 mil) para estudar Química na Universidade de Groningen, na Holanda, onde poderá continuar aprofundando suas pesquisas e avançar com seu projeto inovador.

Fonte: observatorio3setor.org.br